Iapen quer empregar pelo menos 50% dos presos com projeto de ressocialização no Acre 3m6136
Lei, que permite a celebração de parcerias entre o Estado e empresas para que os presos possam trabalhar, foi sancionada nesta quarta-feira (7). 585b19
Por Alcinete Gadelha, G1 AC — Rio Branco

O Sistema penitenciário do Acre pretende empregar pelo menos 50%
dos presos que cumprem penas na unidades prisionais do estado, até o final do
ano de 2020, com o projeto de ressocialização do Instituto de istração
Penitenciária do Acre (Iapen-AC).
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A lei, que permite
parcerias entre o Estado e empresas para que os presos possam trabalhar, foi
sancionada nesta quarta-feira (7) e publicada no Diário Oficial do estado
(DOE).
De acordo com o
diretor-presidente do Iapen, Lucas Gomes, a partir do mês de setembro serão
feitas as apresentações desse projeto às empresas para que comece esse processo
de contratação.
"O próximo o
é a regulamentação com o decreto. A partir daí, é fazer o chamamento às
empresas. Quero pessoalmente chamar as empresas e fazer uma apresentação do
projeto de como vai funcionar e o benefício", disse.
A ideia é que as empresas montem um setor dentro dos presídios para que o
detento desenvolva o trabalho. A seleção das empresas vai
ser feita pelo Iapen-AC, que também vai fazer um chamamento público das que
forem selecionadas.
"A gente tem 8
mil presos. Então, precisamos empregar pelo menos 50% até o final do ano que
vem. É resgatar esse pessoal através do trabalho e garantir uma perspectiva
financeira quando ele sair. Porque o programa prevê a criação de um fundo,
então quando ele sair, 25% do salário dele vai estar nesse fundo",
informa.
O
preso selecionado deve ganhar um salário mínimo pelo trabalho desenvolvido.
"Esses
presos podem ser itidos e demitidos em qualquer tempo, sem nenhum prejuízo
fiscal, então é menos custoso para os empresários, sem contar que eles vão
contar com um terço a mais de produtividade", explica.
Redução

Além
disso, o presidente explica sobre os benefícios sociais para o preso e ressalta
que, do público carcerário de 8 mil presos, 70% acabam reincidindo. O objetivo
é reduzir esse número.
Além
disso, Gomes disse que onde funciona esse programa, a lógica se inverte e cai
para 30%. "Então acaba que a gente tem um retorno social muito maior e
acaba refletindo nos números da violência e criminalidade do estado."
Devem
participar, inicialmente, os presos de bom comportamento, que não pertencem a
organização criminosa. "Então são os que têm bom comportamento para que a
gente não tenha problema no trabalho", pontua.
Gomes
informou ainda que o objetivo é resgatar esses presos através do trabalho e
oferecer perspectiva profissional dentro do presídio.
Fundo Rotativo
Com
a aprovação do projeto, outra medida também foi aprovada. O fundo rotativo
consiste no pagamento do salário para o preso. O valor recebido pelo detento
vai ser dividido das seguintes partes: 25% para a família, 25% para gastos
pessoais do preso, 25% depósito em uma conta para que o detento possa sacar
quando deixar a unidade e o restante deve ser devolvido para o Estado, como
pagamento das despesas, e depositado no fundo rotativo.
Benefícios
O
presidente Lucas Gomes explicou que esses benefícios incluem o não vínculo
empregatício com detento, que uma vez empregado não terá 13º e nem outros
direitos trabalhistas, além do rendimento de produtividade.
O
diretor frisou que a ideia é que seja montado um setor da empresa no presídio,
mas também há a possibilidade do detento ir trabalhar fora da unidade. Porém, a
opção exige mais servidores do instituto para garantir a segurança.