Governo do Acre quer incluir formados na Bolívia no programa Mais Médicos 4f15x
Há um ano o médico acreano Daniel Darub
concluiu o curso de medicina na Bolívia e retornou para o Acre, onde
mora, na esperança de trabalhar como médico. Até agora não conseguiu.
Ele é mais um entre centenas de brasileiros que estudaram medicina no
exterior e não conseguem trabalhar no próprio país.
“Não
tem diferença de um livro daqui do Brasil, da Bolívia, da Espanha ou de
qualquer outro local, o que vale e nós se dedicar e estudar”, declara o
médico. O exercício da profissão no Brasil, para os médicos formados no
exterior, só é permitido após a revalidação do diploma, através de uma
prova de conhecimentos específicos.
Para
os pais, que investem alto na formação dos filhos, a frustração é
grande ao ver que tanto esforço e dedicação não trouxeram o resultado
esperado. “Não é brincadeira mandar um filho para lá, ele corre riscos, e
a gente tem despesas, investimos bastante, agora esperávamos um
retorno”, lamenta o pai de Daniel, Abrahão Darub.
Nesta
segunda-feira a Secretaria Estadual de Saúde iniciou um cadastro desses
profissionais, com o objetivo de buscar a inclusão deles no programa
Mais Médicos do governo federal. Até esta quinta-feira eles poderão
entregar a documentação na biblioteca pública de Rio Branco.
“O
problema da vedação está vinculado ao número e médicos por habitante,
lá na Bolívia tem um número inferior ao do Brasil, então essa vinculação
se dá para efeito de proteção à sociedade boliviana de não perder
médico para o Brasil, mas isso não é real quando se trata de brasileiros
acreanos, porque eles vão lá, se formam, mas moram no Brasil” explica a
secretária estadual de saúde, Sueli Melo.
De
acordo com a secretaria, para atender de forma razoável a população, o
Acre precisa de mais 300 médicos trabalhando na capital e em municípios
do interior. O programa Mais Médicos do governo federal recebeu apenas
60 inscrições para o Are, das quais somente 15 forma homologadas.
Não
há dados oficiais de quantos médicos formados no exterior moram no Acre
atualmente. Calcula-se que sejam centenas. A maioria preenche os
requisitos para trabalhar no programa Mais Médicos, mas o sistema ainda
não permitiu a inscrição deles, algo que deve mudar.
“Eu
botei emenda parlamentar à medida provisória do programa mais médicos
para garantir à nossa vizinhança essa relação de fronteira que precisa
ser reconhecida”, afirma a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB).
Nesta
segunda-feira durante uma reunião de médicos formados no exterior com a
secretária de saúde e parlamentares da bancada federal do Acre, o
governo do estado se comprometeu a discutir a situação junto ao
Ministério da Saúde.
“Vai ser
formalizada agora porque na realidade não existe nenhuma proibição para
que médicos formados na Bolívia estejam trabalhando no Brasil”, garantiu
o senador Aníbal Diniz(PT).
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