No AC, município isolado tem apenas uma médica para atender mais de 18 mil habitantes 3o4w33
Saúde do município diz que até março situação deve ser normalizada. Médica reclama de sobrecarga. n2v6j
Por Mazinho Rogério, G1 AC — Cruzeiro do Sul

Muitos pacientes que procuram as unidades de saúde de Marechal
Thaumaturgo, no interior do Acre, não conseguem atendimento. Com a saída dos
cubanos do programa Mais Médicos, o município, que tem mais de 18 mil
habitantes, perdeu 4 profissionais e atualmente apenas uma médica presta
serviços na cidade.
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Desde que os médicos
de Cuba foram obrigados a deixar o país, na cidade do interior do Acre restou
apenas a médica, Patrícia Barbino. Ela conta que é difícil atender a demanda,
já que é responsável pela saúde básica e pelo atendimento no hospital da
cidade.
“o as horas no
programa, que são 32 horas semanais, mais 8 horas de estudo por dia. Estou
fazendo os finais de semana e à noite aqui no hospital. Então, se uma
emergência acontece eles me ligam e eu venho dar uma ajuda”, conta Patrícia.
A médica reclama da
sobrecarga de trabalho e diz que essa rotina não pode se alongar por muito
tempo.
“Não dá para aguentar
muito tempo. Infelizmente a gente acaba deixando a desejar. Escuto de tudo um
pouco, muitos dizem assim: ‘a senhora não quer atender”, mas não é que não quer
atender. A gente é uma equipe e tenta dar uma triada e ver quem consegue
esperar e têm aquelas pessoas que precisam mais e a gente não tem como deixar
de atender”, disse a médica.

Em Marechal Thaumaturgo, a maioria da
população vive da agricultura e mora na área rural ou em comunidades
ribeirinhas e quando procura os postos de saúde municipais ou o hospital,
muitas vezes não consegue uma consulta. Outros pacientes reclamam da demoram
para receber atendidos.
“Demorou muito, mas ainda bem que
consegui uma consulta para minha filha. Não está fácil, eu espero que melhore”,
disse Maria Suaíne Maia, que viajou quatro horas de barco para chegar ao posto
de saúde na cidade.
Previsão de melhora
O secretário de saúde de Thaumaturgo,
José Maria Silva, disse que desde dezembro o município trabalha com apenas um
médico no Programa de Saúde da Família. Segundo ele, mais quatro profissionais
já foram selecionados pelo Programa Mais Médicos e estão sendo aguardados para
suprir a carência nas unidades de saúde.
“Pelos últimos contatos que tivemos
com representantes do Ministério da Saúde é que provavelmente no final do mês
de março se normalize, porque já foi contemplado com 4 médicos, mas ainda falta
eles fazerem o acolhimento em Brasília. Então nós estamos dependendo totalmente
desse situação desses médicos”, afirmou o secretário.
