Homem que teve duas pernas amputadas no AC morre aguardando aposentadoria 2t6a1m
Francisco Bandeira de Moura, de 57 anos, morreu na última segunda-feira (31), após sentir fortes dores no peito e ser levado ao Hospital do Juruá. 6253e
Por Mazinho Rogério, G1 AC — Cruzeiro do Sul

Francisco Bandeira de Moura, de 57 anos, morreu na última
segunda-feira (31), após sentir fortes dores no peito e ser levado ao Hospital
do Juruá. Há sete meses ele aguardava o resultado
do pedido de aposentadoria, mas morreu sem conseguir o benefício
do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
4u2o3e
Moura reclamava que
depois que foi diagnosticado com um quadro agudo de diabetes, em 2016, e
precisou amutar as duas pernas ele não teve mais condições de trabalhar e, por
isso, fez o pedido da aposentadoria. No dia 8 de novembro de 2018, ele falou ao G1 das
dificuldades enfrentadas pela família e da demora para o resultado final do
processo para se aposentar.
“Devido à minha
condição e a dificuldade para entrar e sair de casa, pedi que uma vizinha fosse
lá saber como está. Disseram que tem que esperar por uma perícia, que pode
demorar até seis meses. Vou levando a vida assim até quando Deus quiser. Estou
isolado em uma cadeira de rodas, fico o dia todo dentro de casa, sem poder
sair”, reclamou.
À época, o gerente
da agência do INSS no município, Fernando Júnior, alegou que a demora era
normal para o andamento do processo de aposentadoria. Mas, disse que faltavam
funcionários para agilizar a demanda de serviços e que Moura deveria ser
submetido a uma perícia no início de dezembro.
“Estamos sem
assistente social. Periodicamente vem um assistente de Tarauacá e juntamos
alguns benefícios e marcamos a data para essas pessoas virem fazer a avaliação.
Acredito que ele deve ar por essa avaliação no início de dezembro”, disse
Júnior.
No entanto, a
perícia não foi realizada e a família lamenta pelo parente que morreu
enfrentando dificuldades para manter seu tratamento e para sustentar a esposa e
os filhos.
“É muito triste para
a família ver ele nos últimos dias de vida vivendo de favores, ainda bem que
ainda existem pessoas boas que doavam sacolões e ajudavam com comida, mas ele
não precisava só disso. Tinha o remédio que era muito caro e ele tinha que
comprar e outras coisas de necessidades”, lamenta a irmã, Iraci Silva, de 67
anos.