No Acre, o primeiro caso registrado de Aids é de 1987; em 30 anos foram notificados 986 casos no Estado 621030
ASTORIGE CARNEIRO, DA CONTLNET
Instituído pela Assembleia Mundial de Saúde e pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1987, o dia 1º de dezembro se tornou o Dia Mundial de Luta contra a Aids (Síndrome da imunodeficiência adquirida), representado pelo laço vermelho presente na maioria das campanhas que abordam o tema.
Para incentivar a prevenção e a conscientização da população acreana, a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), em parceria com o Ministério Público do Acre (MPAC), lançou nesta segunda-feira (27) a I Semana de Luta contra a Aids. Durante esta semana, diversas ações serão realizadas na Capital, como exibição de filmes na Filmoteca Acreana e testagens rápidas na Praça da Revolução, até a culminância da data mundial na sexta-feira.
Semana é uma realização da Sesacre com o MPAC. Foto: ContilNet
No Acre, de acordo com informações da Sesacre, o primeiro caso notificado de Aids veio em 1987. Nestes 30 anos, foram notificados um total de 987 casos, sendo que, de 2016 a novembro de 2017, os casos apresentaram uma significativa queda: de 68 (em 2016) para 22 (casos notificados até 1º de novembro de 2017). Do total, 594 são homens e 393 são de mulheres.
Já o número de casos dos portadores do vírus HIV (soropositivos) no Acre, de 2003 a 2017, totaliza 550 registros. De 2016 para 2017, o número também apresentou diminuição, indo de 133 (em 2016) para 117 (número até 1º de novembro de 2017).
Nelson Guedes, coordenador estadual de Aids e hepatites virais da Sesacre. Foto: ContilNet
Nelson Guedes, coordenador estadual de Aids e hepatites virais da Sesacre há três anos, explica que o importante é o diagnóstico precoce para que a medicação possa ser ministrada e diminuir a infecção de terceiros: “É importante que todos tenham consciência de que, mesmo com as novas medicações como a PEP, a prevenção ainda é a melhor arma. O preservativo é essencial”.
O infectologista Thor Dantas disse que a primeira coisa que todos devem saber é que as estratégias são o que aumentam a proteção contra a infecção do HIV: “Entre estas estratégias, além do uso do preservativo, está o uso de medicamentos. Se o parceiro sexual de alguém possui o vírus, mas toma os remédios adequadamente e fica com a carga viral indetectável, ele não transmite para outros”.
Ainda segundo Dantas, se o uso da camisinha falhar, também é possível procurar o auxílio de medicamentos de emergências nas unidades de saúde, diminuindo consideravelmente os riscos de infecção. “Além disso, as campanhas devem seguir firmes e fortes, pois a informação ainda é a melhor arma contra o preconceito e contra os riscos desnecessários”, finalizou.
“A informação ainda é a melhor arma contra os riscos desnecessários”, disse o infectologista Thor Dantas. Foto: ContilNet
NO BRASIL
O número absoluto de novos casos de Aids aumentou no Brasil, indo em rumo contrário ao da média mundial. Segundo dados divulgados em julho deste ano pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), braço da Organização das Nações Unidas (ONU) com a função de criar soluções e ajudar nações no combate ao vírus, o total de novas infecções a cada ano no Brasil subiu 3% entre 2010 e 2016. No mundo, essa taxa sofreu contração de 11%. Mesmo assim, a elevação é considerada pequena, ando de 47 mil novos casos em 2010 para 48 mil em 2016.
SOBRE A PEP
A Profilaxia Pós-Exposição, ou simplesmente PEP, é um tratamento com terapia antirretroviral (TARV) por 28 dias para evitar a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo de uma pessoa. Ela é indicada para as pessoas que podem ter tido contato com o vírus em alguma situação, tais como violência sexual; relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha); e acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico).
Para funcionar, a PEP deve ser iniciada logo após a exposição de risco, em até 72 horas. Você deve procurar imediatamente um serviço de saúde que realize atendimento de PEP assim que julgar ter estado em uma situação de contato com o HIV.
É importante observar que a PEP não serve como substituta à camisinha. Muito pelo contrário: o uso de preservativos masculinos e femininos é ainda a principal e mais eficiente maneira de se evitar o HIV. Não deixe jamais de utilizar camisinha e se proteger em toda relação sexual.
Prevenção ainda é a melhor arma contra as infecções. Foto: ContilNet
O atendimento para PEP é gratuito e um direito seu, garantido pela Constituição Federal, pela Lei 8080/90 (Lei Orgânica do SUS) e pela Lei 9313/96, que estabelece a gratuidade da oferta universal de Terapia Antirretroviral (TARV) àqueles que preencham os critérios do Ministério da Saúde.
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Em 30 anos, Acre registrou quase mil casos de Aids; destes, 594 são homens
Reviewed by Professor: Evilásio Cosmiro
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18:25:00
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