Comissão do Senado Aprova Relatório da Reforma Trabalhista 25z2r
Parecer da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) não sugere mudanças ao texto aprovado pela Câmara; senadores rejeitaram destaques e, com isso, texto vai à Comissão de Assuntos Sociais.

Após mais de
oito horas de sessão, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou
nesta terça-feira (6), por 14 votos a 11, o relatório de Ricardo Ferraço
(PSDB-ES) sobre a reforma trabalhista, favorável ao projeto (saiba mais
abaixo o que prevê o parecer e as mudanças recomendadas pelo relator).
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Após aprovarem
o texto-base, os senadores rejeitaram todas as quatro sugestões de alteração ao
texto e mantiveram o parecer original.
Com a
aprovação, o texto segue para análise das comissões de Assuntos Sociais (CAS) e
de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado antes de ir a votação em plenário.
A sessão desta
terça da CAE se alongou porque senadores contrários ao relatório de Ferraço
apresentaram três versões alternativas, nas quais sugeriam a rejeição da
reforma ou mudanças no projeto aprovado pela Câmara em
abril. Essas versões sequer foram analisadas.
Durante a
sessão, vários senadores se inscreveram para debater a reforma. A maioria dos
parlamentares criticou o projeto.
Ponto a
ponto
Enviada pelo
governo Temer ao Congresso no ano ado, a reforma trabalhista estabelece
pontos que poderão ser negociados entre patrões e empregados e, em caso de
acordo coletivo, arão a ter força de lei.
Entre outras
regras, a reforma trabalhista prevê:
>> ACORDOS COLETIVOS
·
Terão força de
lei e poderão regulamentar, entre outros pontos, jornada de trabalho de até 12
horas, dentro do limite de 48 horas semanais, incluindo horas extras;
·
Atualmente,
acordos coletivos não podem se sobrepor ao que é previsto na Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT).
>> JORNADA PARCIAL
·
Poderão ser de
até 30 horas semanais, sem hora extra, ou de até 26 horas semanais, com
acréscimo de até seis horas (nesse caso, o trabalhador terá direito a 30 dias
de férias);
·
Atualmente, a
jornada parcial de até 25 horas semanais, sem hora extra e com direito a férias
de 18 dias.
> PARCELAMENTO DE FÉRIAS
·
Poderão ser
parceladas em até três vezes. Nenhum dos períodos pode ser inferior a cinco
dias corridos e um deles deve ser maior que 14 dias (as férias não poderão
começar dois dias antes de feriados ou no fim de semana);
·
Atualmente, as
férias podem ser parceladas em até duas vezes. Um dos períodos não pode ser
inferior a dez dias corridos.
>> GRÁVIDAS E LACTANTES
·
Poderão
trabalhar em locais insalubres de graus "mínimo" e "médio",
desde que apresentem atestado médico. Em caso de grau máximo de insalubridade,
o trabalho não será permitido;
·
Atualmente,
grávidas e lactantes não podem trabalhar em locais insalubres,
independentemente do grau de insalubridade.
>> CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
·
Deixará de ser
obrigatória. Caberá ao trabalhador autorizar o pagamento;
·
Atualmente, é
obrigatória e descontada uma vez por ano diretamente do salário do trabalhador.
>> TRABALHO EM CASA
·
A proposta
regulamenta o chamado home office (trabalho em casa);
·
Atualmente,
esse tipo de trabalho não é previsto pela CLT.
>> INTERVALO PARA ALMOÇO
·
Se houver
acordo coletivo ou convenção coletiva, o tempo de almoço poderá ser reduzido a
30 minutos, que deverão ser descontados da jornada de trabalho (o trabalhador
que almoçar em 30 minutos poderá sair do trabalho meia hora mais cedo);
·
Atualmente, a
CLT prevê obrigatoriamente o período de 1 hora para almoço.
>> TRABALHO INTERMITENTE
·
Serão
permitidos contratos em que o trabalho não é contínuo. O empregador deverá
convocar o empregado com pelo menos três dias de antecedência. A remuneração
será definida por hora trabalhada e o valor não poderá ser inferior ao valor da
hora aplicada no salário mínimo;
·
Atualmente, a
CLT não prevê esse tipo de contrato.
>> AUTÔNOMOS
·
As empresas
poderão contratar autônomos e, ainda que haja relação de exclusividade e
continuidade, o projeto prevê que isso não será considerado vínculo
empregatício;
·
Atualmente, é
permitido a empresas contratar autônomos, mas se houver exclusividade e
continuidade, a Justiça obriga o empregador a indenizar o autônomo como se
fosse um celetista.
Sugestões
de mudanças
No relatório
aprovado nesta terça, Ferraço recomenda a aprovação do projeto conforme a redação enviada pela
Câmara, mas sugere algumas mudanças a serem feitas pelo governo
quando o presidente Temer sancionar a proposta.
Essas
recomendações foram negociadas entre o Palácio do Planalto e senadores aliados.
Parlamentares da oposição criticam o acordo.
Entre os pontos
da reforma que Ferraço propõe mudanças estão:
·
Veto ao trecho
sobre gestantes e lactantes;
·
Veto ao ponto
que retira o descanso de 15 minutos para as mulheres antes do início da hora extra;
·
Regulamentação por medida provisória do trabalho intermitente;
·
Decisão por acordo coletivo sobre a possibilidade de acordos individuais determinarem jornada de 12
horas de trabalho com 36 horas de folga.
G1