Ônibus atola em trecho crítico da BR-364 e é rebocado u1x1
ageiros precisam sair dos ônibus para coletivo ar por buracos.
Dnit diz que em trechos mais críticos será preciso reconstruir a rodovia.
Trafegar pela BR-364, sobretudo, no trecho entre Tarauacá e Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, tem sido um desafio para os motoristas. Nesse período de chuvas, a estrada, que teria recebido mais de R$ 1,5 bilhão em obras de pavimentação ao longos dos anos, se transformou num verdadeiro atoleiro.
O G1 percorreu um trecho de aproximadamente 200 quilômetros da BR-364, entre Feijó e Cruzeiro do Sul, e flagrou as reais condições da estrada, incluindo um ônibus que precisou ser puxado por outro depois de afundar na lama. Esse é considerado o trecho mais crítico da estrada.
Com uma hora de viagem, é possível encontrar buracos profundos, logo após a ponte do Rio Liberdade, no km 78, onde ficam os trechos sem asfalto.
Desde o final de 2014, o governo do estado ou a responsabilidade pela manutenção da estrada para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). De acordo com o superintendente do órgão nos estados de Acre e Rondônia, Sérgio Augusto Mamanny, nos trechos mais críticos será preciso reconstruir a rodovia.
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A funcionária pública Marineis de Lopes, de 35 anos, seguia para o município de Mâncio Lima com o marido e os três filhos de carro e não imaginava que a situação da BR estava tão crítica.
“Muito difícil essa viagem. A gente tem vontade de vir para o Vale do Juruá, mas quando vemos a situação da estrada é desanimador, se continuar dessa maneira vai ficar impossível de nós voltarmos aqui”, reclama.
Situação para ônibus intermunicipais é ainda pior
Os ageiros de um ônibus que fazia o trajeto entre Cruzeiro do Sul para Rio Branco tiveram que sair do coletivo para que ele pudesse ar por um trecho crítico. Outro ônibus que fazia o trajeto contrário, mesmo após a retirada dos ageiros, ficou preso no buraco e teve que ser puxado por outro.
A cozinheira Sandra Dantas, de 49 anos, foi uma das mais de 50 pessoas que tiveram que descer do ônibus. Ela diz se sentir indignada com as condições precárias em que a BR se encontra.
“Isso é um sofrimento para nós, mais de 12 horas nessa estrada horrível. Quero é agradecer aos motoristas pelo trabalho que eles executam, sou fã deles, é um sofrimento para eles também, pois se sujam de lama e lutam para nos levar em segurança e ainda escutam reclamações”, conta.
A professora Elilde Silva, que também estava dentro de um dos ônibus, disse que estava com o filho de dois anos e ou por momentos complicados. Segundo ela, os ageiros têm duas opções, ou pular nos buracos ou atolar na lama. Ela questiona sobre a verba que foi enviada para a restauração da estrada.
“Minha primeira experiência na estrada é essa negação. Isso é um teste psicológico com as pessoas, um absurdo. Me pergunto onde está o dinheiro de nossos impostos que deveria ser aplicado nessa BR e até agora nada? Cadê o respeito com quem precisa fazer essa viagem?”, questiona.
De acordo com José Bonfim, que é motorista de ônibus, os atoleiros e as reclamações por parte dos ageiros estão cada vez mais constantes.
“Não temos mais horário fixo para chegar ao destino. Os ageiros perguntam, mas dependemos das condições em que estrada fica para chegarmos. Meu ônibus teve que ser guinchado, não dá para andar com menos de dois ônibus em comboio, se um atolar o outro tem que está presente para socorrer", fala.
O deputado estadual Jesus Sérgio (PDT), que faz parte de uma Comissão de Obras da Assembleia do Estado, estava em viagem oficial para verificar as condições da BR. Segundo ele, há uma grande probabilidade da BR ser interditada devido Às condições.
“Durante todo o ano acompanho o Dnit e a promessa de que no inverno a BR-364 não fecharia esse ano. A dificuldade foi que as empresas retiram as máquinas por falta de pagamento. O que estou vendo aqui é que se nada for feito agora, a BR-364 vai fechar”, finaliza.