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Com a falta de aulas, os alunos temem não estar preparados para enfrentar o Enem - Foto: Regiclay Saady
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Se o movimento se encerrasse hoje, professores teriam que ministrar aulas aos sábados e feriados até 31 de dezembro
Os mais de 40 dias de greve do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteac) em algumas escolas da capital e interior estão preocupando os alunos e pais. O medo maior é a perda do ano letivo caso o movimento se alongue mais. Outra preocupação é com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que deve ser realizado nos dias 24 e 25 de outubro. Com a falta de aulas, os alunos temem não estarem preparados para enfrentar o concurso que pode lhes garantir o ingresso nas universidades do País.
A reposição das aulas é prevista em lei, mas um levantamento feito por alguns diretores indica que, se a greve terminasse hoje, professores grevistas teriam que trabalhar aos sábados e feriados até o dia 31 de dezembro. Como isso é praticamente impossível, ao menos aos domingos, é certo que as aulas se alongarão pelo mês de janeiro ou fevereiro. Agrava a situação, o fato de que o ano letivo teve início com um mês de atraso em virtude do transbordamento do rio Acre no início do ano.
O aluno do ensino médio Igor Nogueira, morador do conjunto Universitário é um dos que teme prejuízos no Enem e a perda do ano letivo. Ele não dispõe de recurso para o pagar um curso preparatório e apela para que os professores grevistas voltem à sala de aula.
“A gente está perdendo tempo com essa greve porque o Enem já é agora em outubro”, lamentou o estudante. “Eles dizem que vão repor as aulas quando a greve terminar, mas a gente sabe que quando fazem isso é sempre na correria e é a gente que acaba perdendo no final”, reclamou Igor.
O Sintec reivindica 25% de reposição salarial e se mantém irredutível. O governo garante que não há recursos para atender a reivindicação e diz que está aberto ao diálogo. Entretanto, apenas 7% das escolas em todo o Estado estão em greve. E é justamente os alunos dessas escolas que estão sendo prejudicados.
Aliás, não só eles, mas suas famílias também.
O comerciante Manoel Ferreira, que mora no conjunto Tucumã, se disse revoltado com os rumos que a greve tomou. Todos os dias, ele sai de sua casa e se desloca até o conjunto Universitário para saber se as aulas tiveram início. A resposta tem sido sempre a mesma: a greve continua.
“Enquanto isso, os filhos da gente estão perdendo aula sem necessidade”, indignou-se.
Nas redes sociais, alunos estão postando mensagens pedindo o retorno dos professores grevistas às aulas. As mensagens são divulgadas com a hastag #NosQueremosEstudar.
Diante da radicalização do movimento grevista patrocinado pelo Sinteac, o governo resolveu cortar o ponto dos professores grevistas. O secretário de Educação, Marcus Brandão, afirmou que sua preocupação maior é com o processo de ensino/aprendizagem desses alunos que estão fora da sala de aula.
“A lei obriga a reposição das aulas, mas nós sabemos que há uma perda em virtude da descontinuidade desse processo”, explicou Brandão. “Aliado a isso, tem a perda para aqueles que estão querendo prestar o Enem agora em outubro. É claro que há um prejuízo para esses que dificilmente será recuperado”, alertou.
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