Loja é multada em R$ 500 mil por chamar funcionários de 'bola murcha' 391l2b
Loja é acusada de praticar assédio moral contra funcionários.
Direção informa que empresa recorreu da decisão.
A Justiça do Trabalho do Acre condenou, no final de fevereiro, ao pagamento de R$ 500 mil, por dano moral coletivo, uma das lojas de eletrodomésticos do grupo City Lar, em Rio Branco, após denúncia do Ministério Público do Trabalho (MPT). De acordo com o processo, os funcionários que não atingiam as metas de vendas eram chamados de "bola murcha" e obrigados a servir pizza vestidos de garçom para outros colaboradores que conseguiam atingir as metas e recebiam o título de "bola cheia".
A definição dos funcionários faz alusão ao quadro do programa Fantástico, da Rede Globo, que elege a cada semana os melhores e piores jogadores de futebol. O MPT processou a empresa por entender que o fato chegava a constranger os funcionários. O caso foi investigado através de denúncias feitas contra a loja na Procuradoria do Trabalho em Rio Branco.
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A empresa também fica proibida de permitir ou tolerar qualquer forma de constrangimento a seus empregados, seja por qualquer superior ou pessoa ligada à empresa. A sentença resguarda os funcionários para que recebam um tratamento digno por parte da City Lar.
A procuradora do Trabalho Rachel Neta, responsável pela apuração do caso, definiu o termo "bola murcha" como pejorativo, a partir do momento em que a empresa se mostra insatisfeita com o trabalho de vendas daquele funcionário. O termo, de acordo com a procuradora, serve para mostrar os piores funcionários daquele mês.
Na sentença, a empresa nega a existência de assédio moral e diz que as reuniões tinham como objetivo aumentar as vendas de forma "harmoniosa" e com "bom humor". Em sua defesa, a empresa diz ainda que os termos bola murcha e bola cheia teriam sido criados pelos próprios funcionários e não pela empresa.
O dinheiro da multa poderá ser revertido tanto em ações sociais, quanto para o Fundo de Amparo ao Trabalhador. A decisão será da Justiça do Trabalho e do MPT. A ação coletiva envolveu todos os funcionários da empresa.
Procurado pelo G1, o gerente regional da City Lar, Dino Leal, disse que a empresa recorreu da decisão e irá esperar por uma nova decisão do juiz para se manifestar sobre o caso. "A empresa recorreu da decisão e como ainda não saiu está aguardando. Após sair a decisão é que a empresa se manifesta", informou.
http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2014/03/loja-e-multada-em-r-500-mil-por-chamar-funcionarios-de-bola-murcha.html