Brasileiro é aprovado em quatro Universdades Americanas 5p3s3t
Escolher em qual das universidades mais
prestigiadas do mundo estudar é o novo desafio do estudante Víctor Domene, de
17 anos, morador de São Paulo. Ele foi aceito por Harvard, Yale, Columbia,
Princeton, Duke, todas nos Estados Unidos, líderes de rankings de excelência –
e ainda aguarda o resultado de Stanford. Víctor tem de se decidir, e se
matricular, até o mês de maio.
O resultado da Universidade Harvard foi divulgado
nesta quinta-feira (27). No total, foram itidos 2.023 estudantes para
graduação no mundo todo, 5,9% do total dos que aplicaram (34.295 pessoas).
Foram pelo menos quatro brasileiros aprovados nesta etapa, além do estudante Henrique Vaz, que teve o resultado anunciado em
dezembro.
No Brasil, Víctor também colecionou aprovações nas
melhores instituições: ou no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA);
foi o segundo no curso de engenharia elétrica na Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), pelo Sisu; e o sétimo na Poli, escola de engenharia da
Universidade de São Paulo (USP). Não se matriculou em nenhuma porque o sonho
mesmo era fazer faculdade no exterior.
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“Sempre quis estudar fora do Brasil, mas não sabia
muito bem como. Quando era criança minha mãe perguntava o que queria ser quando
crescesse e respondia: Bill Gates”, diz.
Nos Estados Unidos, pretende desfrutar da
possibilidade de cursar disciplinas de cursos de diferentes áreas. “Quero ter a
liberdade de estudar várias coisas. Quero me formar em ciência da computação,
mas pretendi fazer aulas de economia, matemática e gosto de psicologia.
Pretendo trabalhar com algo que ajude a impactar o Brasil, tive muitas
oportunidades e é justo retornar para a sociedade.”
A mãe de Víctor é dona de casa e o pai trabalhou
como jornaleiro por muito anos – hoje é assistente istrativo em uma
empresa. Os primeiros anos do ensino fundamental, ele cursou na rede pública, a
partir do 5º ano migrou para a escola particular porque conseguiu uma bolsa de
estudos por mérito. Víctor concluiu o ensino médio no Colégio Bandeirantes,
como bolsista do Ismart, ONG que apoia talentos.
No histórico, o aluno tem, além de excelentes
notas, medalhas em olimpíadas nacionais e paulistas de química, física e
informática. Para ele, o forte da sua candidatura às vagas (o processo se chama
application) foi a história de vida.
“Pude contar minha história de vida nas redações e
acho que as minhas cartas de recomendações dos professores do Bandeirantes
também ajudaram muito. Contei com a ajuda de muita gente.”
O brasileiro vai para Nova York, nos Estados
Unidos, no início de abril a convite da Universidade Columbia, e durante a
viagem também vai aproveitar para conhecer Princeton. Ele recebeu 100% de bolsa
de estudos de todas a universidades em que foi aceito – só Harvard ainda não
respondeu - por isso, a falta de condição financeira dos pais não vai ser
problema para que ele estude fora do país.
Nos Estados Unidos, as bolsas são concedidas a
partir da situação socioeconômica da família, e inclui despesas com
mensalidade, hospedagem e alimentação
Escola dos sonhos
O estudante Eduardo Miranda Cesar, de 18
anos, também reuniu uma lista invejável de aprovações. Nos Estados Unidos, ele
foi aceito pela Universidade de Chicago, Northwestern, Pensilvânia, Princeton,
Brown e Harvard. Ele ainda está na lista de espera de Duke. No Brasil, foi
aprovado pela UFSCar e pela Unirio quando ainda cursava o segundo ano do ensino
médio. Ao final do terceiro ano, ou na UnB e na USP.
Ele conta que seu principal interesse nas instituições
americanas é a possibilidade de o aluno cursar dois anos da universidade antes
de determinar em qual curso deseja se formar. “Lá eles valorizam muito essa
exploração da vida acadêmica antes da escolha final do curso”, diz. A
princípio, Eduardo pensa em se formar em economia ou em ciências da computação.
Em Harvard, poderia até optar por um double major, ou
seja, titular-se nas duas áreas.
Agora, Eduardo aguarda as propostas de
bolsa das universidades que o aprovaram. Ele explica que o processo de bolsa
das universidades para as quais ele aplicou avaliam toda a situação financeira
da família do candidato e determinam quanto de subsídio ele precisaria para
concluir o curso. Até agora, ele já recebeu uma oferta da Universidade de
Chicago, que considerou razoável.
“Por mais que Harvard sempre tenha sido a minha escola
dos sonhos, os resultados dos processos de bolsa vão contar, com certeza. No
final das contas, nem fico muito preocupado porque todas são universidades dos
sonhos”, diz.
Desde a quinta série, Eduardo estudou no Colégio Militar
de Brasília. “A gente tem muito orgulho do colégio militar porque lá eles tiram
água de pedra. Por mais que seja uma escola pública, oferecem uma gama enorme
de atividades extracurriculares. Eu tinha várias oportunidades: era da banda,
participava do grupo de filosofia e meu colégio sempre teve todo tipo de
esporte. No segundo ano, eu e outros três ou quatro alunos criamos o clube de
simulação das Nações Unidas”, conta.
Todas essas experiências, segundo ele, são muito
valorizadas no processo seletivo das universidades americanas. Ele também
contou com o apoio da Fundação Estudar, que tem tradição em orientar alunos
brasileiros com interesse em estudar no exterior. Por meio da fundação, ele
recebeu orientação de duas mentoras, brasileiras ex-alunas de Harvard e
Pensilvânia. “Elas foram fundamentais no sentido de aproximação maior com as
faculdades. Elas sabiam me falar qualquer coisa que eu quisesse saber sobre as
universidades.”
Ele também recebeu orientação sobre o modelo de redação
que deveria escrever em sua candidatura e teve seus documentos revistados antes
de submetê-los às instituições.
Segundo Eduardo, seus pais sempre o
apoiaram em seu sonho de estudar fora, mas também ficam “com o coração
apertado” de saber que ele ará quatro anos fora do país. Já a namorada,Larissa Guimarães, não está preocupada com a distância, já que ela também
foi aprovada em uma universidade americana: a Universidade de Columbia.
G1