PARABÉNS FEIJÓ PELO SEUS 74 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLITICA 56723q
Breve
Histórico do Processo de Ocupação Territorial de Feijó
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Este breve histórico pretende mostrar como
foi constituído o processo historiográfico de formação de nosso município. Para
Tanto a exposição será dividida em tópicos. No primeiro deles, faremos uma breve
exposição acerca da entrada de grupos indígenas em nossa região. Em seguida,
faremos um breve relato do processo de migração nordestina. Posteriormente,
enfocaremos a vinda dos paulistas para a nossa região, atraídos por uma
política desenvolvimentista da década de 70. Finalmente, enfocaremos o novo
contexto histórico, social, político, econômico e cultural do município de
Feijó.
Habitavam as terras do município de Feijó, as
tribos Jaminawás, Kaxinawás, Paparrós, Kulinas, Chacauás. Tudo natureza bruta,
mata e selva só habitados por índios.
A primeira penetração de civilização data de
1879 e deu-se com a chegada à foz do rio Envira, do navio Mundurucus, trazendo vários
nordestinos, que deixando sua terra natal, deslocaram-se para cá atraídos pelo
incentivo do corte da seringa para a produção da borracha. Tinham como único
objetivo a melhoria de vida.
Como nos diz Tocantins: “Os altos-rios foram
ocupados em caráter econômico e permanente a partir de 1879” .
A partir desta data, começaram a chegar à foz
do Envira as primeiras famílias nordestinas, que deixavam o sertão correndo das
secas, em busca da borracha e do sonho de ganhar dinheiro. Graças aos
Nordestinos, a região começou a ser desbravada. Foi uma época difícil para os
índios que ali moravam, pois as necessidades dos que chegavam de lotear as
terras para formar os primeiros seringais, causou muitos conflitos.
E foi exatamente em meio a esses conflitos
entre brancos e índios que surgiu o Seringal Porto Alegre, localizado a margem
direita do Rio Envira. Ali, naquele pedaço de chão, surgiria mais tarde, o
vilarejo de Feijó que em 1938, se transformou em município.
Um dos primeiros exploradores, dessa região
foi o Sr. Anjo Custódio, segundo o Sr. Ambrósio, em entrevista ao “semanário
Independente de Feijó”, (hoje extinto) o mesmo chegou nessas terras por volta
de março de 1887, segundo o mesmo, o Sr. Anjo Custódio, “andava sempre sozinho
nas demarcações dos seringais”. Depois de Anjo Custódio, também chegou a essa
região o Sr. Cajazeira, paraibano, que continuou explorando os seringais,
principalmente o seringal Canadá.
Continuando a exploração dos seringais, cajazeira explorou até o seringal
Simpatia, fazendo lotes e vendendo para aqueles que tinham condições de
comprá-los. Prosseguia-se com a exploração dos seringais, já se iniciava o
corte das seringueiras, para se obter logo, logo a produção da borracha, do
cernambi e do caucho. Tudo em prol do lucro e mais e atender um mercado externo
e uma indústria cada vez mais pujante.
Expulsavam-se
os índios para os altos rios. Ocorriam grandes batalhas entre os índios e
brancos (nordestinos). Nestas lutas havia muitas mortes entre os índios e
brancos (nordestinos). Portanto, o clima entre brancos e índios da região
sempre foi quente. Haviam constantemente lutas, emboscadas, mas sempre a favor
do homem branco, como acontecera em toda a história do o homem branco sempre
saíra vencedor em relação ao indígena.
Houve várias e pequenas refregas, mas os
nordestinos conseguiram, aos poucos, desbravarem a região. Subindo rios e
igarapés, começaram a demarcar seus “domínios” surgindo, daí, os atuais
seringais, entre estes seringais realça o denominado “Porto Alegre”, pertencente
ao Sr. Rodrigues, cearense, ele chegou à região em 1896, também chegando de
navio até São Felipe, hoje localidade conhecida como município de Eirunepé, no
Amazonas. De lá para região de nosso município, o mesmo veio de canoa.
O Sr. Francisco Barroso Cordeiro, cearense
chegando aqui por volta de 1896, o mesmo comprou o Seringal “Porto Alegre” do
Sr. Rodrigues.
É neste contexto histórico que surge à margem direita do rio Envira, o
Seringal Porto Alegre que mais tarde deu origem ao município de Feijó.
A partir dá ir inicia-se a exploração,
através de um processo rudimentar de civilização e de desbravamento, iniciando
a construção das primeiras casas, de madeira rústica coberta de palha, do
seringal “Porto Alegre”, um barracão de madeira de propriedade do Coronel
Barroso, na rua em que hoje, tem o nome do Coronel Barroso. Certo tempo depois,
Coronel Barroso, esse barracão, para a firma Coutinho & Aníbal, que a
transforma em um novo empreendimento, ou seja, uma loja, a filial. Firma esta,
que concentrava em seu poder vários seringais que faziam parte da empresa
extrativista montada na foz do seringal Jurupari, onde os mesmos mantinham a
matriz da sua empresa, através de um grande barracão, que mantinha o controle e
abastecia os seringais e o incipiente comércio local, com os mais variados
produtos. A loja filial fica a partir de então, sendo istrada pelo Sr.
Jurandir, um comerciante Sírio-Libanês, que foi o primeiro grande comerciante
da época, em nossa cidade, que vendia estivas, gêneros alimentícios, tecidos
(corte de fazendas), dentre outros produtos, o mesmo tinha como empregados, a
professora, Lurdes do Carmo Castro, Moacir Severiano, que de empregado,
tornou-se mais tarde sócio de do Sr. Célio Fernandes e montaram a firma
Fernandes & Cia onde hoje é conhecida como Coronel Barroso,
mais ou menos ali, aonde é hoje a casa das irmãs. Feito em mutirão por
aproximadamente 10 pessoas, sendo alguns conhecidos cidadãos feijoenses, como o
Sr. João Ambrósio, Coronel Barroso, Miguel Ferreira, Antonio Morais, mestre
Ezequiel e outros. Foi progredindo e aos poucos se tornou vilarejo. E a 13 de
maio de 1906 foi elevado à Categoria de Vila sobre a denominação de Feijó, em
homenagem ao grande vulto da nossa história, o Pe. Diogo Feijó, Jesuíta e
grande catequizador dos índios. E através do Decreto-Lei Presidencial de nº 968
de 21 de Dezembro de 1938, elevou a vila Feijó, a categoria de Cidade. As
terras que constituiu a sede do Município foi compreendida numa área de 1.000m².
por 3.000m., de fundo, adquirida do Cel.
Coronel Barroso Cordeiro pelo valor de 20.000$000.
Logo depois, o então Prefeito Raimundo
Augusto de Araujo, comprou uma nova área de do Sr. Fenelon, agora na zona
rural, que ia da divisa de nossa cidade até o igarapé xixica e o igarapé salão;
e na estrada Assis de Vasconcelos até as terras que é hoje a colônia do Sr.
Armando Fenelon. Assim, começou a expansão e o desenvolvimento de nosso
município.
“A partir da expansão do comércio da seringa”
(SOUZA, 2002:60) surge o município de Feijó.
Autor: Professor e Historiador, EVILÁSIO COSMIRO DE OLIVEIRA