'Em todo o país, prioridade teria que ser a educação', diz Alexandre Garcia 3m4e6f
O jornalista diz ainda que com o valor gasto pelo governo com ônibus para levar os alunos às escolas distantes, poderia ter construído outras escolas.
Dois mil professores devem ter o salário reduzido em até R$ 600. A medida provocou reações.
A prioridade é o desestímulo à educação. Vamos ser realistas: quanto
vale um bom professor, que prepara o futuro, que ensina quem vai ser
político, médico, engenheiro, padeiro, vidraceiro, comerciante,
industrial? Quanto vale, comparando com um vereador ou deputado? Vale
mais quem faz a lei ou quem faz o futuro?
O que liberta, o que transforma o servo em cidadão, senão o
conhecimento, o saber? O bom professor ensina a raciocinar. Será esse o
perigo? Raciocinar? Porque é o que se deve fazer na hora do voto, por
exemplo, ou na hora de pagar impostos, na hora de olhar para os
representantes nos legislativos, nos palácios de governo, na rotina de
os mandantes fiscalizarem os mandatários.
Começa em casa e na escola. E como estão as escolas? Como templos do
futuro, como os prédios mais acolhedores do país, como na China? Escolas
precárias, educação precária. E não é só no norte e nordeste. Na
capital do país, uma escola foi erguida sobre um lixão. Está interditada
há um ano porque do chão sai gás metano.
Como o que o governo gastou de ônibus para levar os alunos para escolas
distantes, já poderia ter construído outras escolas. Em Juazeiro do
Norte e em todo o país a prioridade teria que ser educação, ou perder o
futuro.
G1