Escolas criam novos programas de estudo para enfrentar o Enem 3h3315
Mudanças na forma de avaliação das provas fizeram
com que instituições apontassem para o fim da decoreba. Currículo ganhou mais
disciplinas e maior relação entre elas.
Nos
próximos dias, 3 e 4 de novembro, mais de cinco milhões de estudantes vão fazer
as provas do Enem, o Exame Nacional do Ensino
Médio. As mudanças na forma de avaliação das provas levaram muitas escolas a
criar novos programas de estudo.
Ainda
faltam quatro anos para uma turma chegar à faculdade, mas ninguém pensa em
deixar a preparação para última hora. De olho no Enem, um colégio acrescentou
nove disciplinas ao currículo.
“Os
meninos ficaram assim: ‘ahh, o que nós vamos estudar’ e hoje eles gostam.
Adoram”, comenta a coordenadora pedagógica Valéria Pardini.
Uma das
aulas é educação patrimonial, que fala da preservação dos bens culturais.
“A gente
estava estudando o Nordeste agora. Aí a gente vem com a literatura de cordel,
que acaba batendo com português, que também acaba batendo com artes, e isso aí
a gente vai ligando em outras matérias. Aprende bem mais fácil”, diz o
estudante Samuel Nogueira Silva, de 13 anos.
Em uma
outra escola de Belo Horizonte não houve mudança no currículo, mas, em sala de
aula, os alunos aram a relacionar as disciplinas. Em um caso da ficção,
como Frankestein, por exemplo, eles aprendem, ao mesmo tempo, literatura,
física e química. Os livros foram criados pelos próprios professores, de acordo
com o modelo de prova que os alunos costumam enfrentar no Enem.
Esse tipo
de iniciativa tem dado bons resultados. Em muitas escolas a nova forma de
ensino aponta para o fim do modelo de estudo baseado na famosa decoreba.
“A
decoreba não testa conhecimento, a decoreba testa memória, quer saber se você é
bom de memória. E que uso tem isso? Nenhum. O que eu quero dizer com isso é que
não há um desprezo pelo conhecimento, é uma nova forma de usar esse
conhecimento”, defende o consultor do Ministério da Educação, Luiz Antônio
Prazeres.
Para a
estudante Fernanda Gomes Resende, de 17 anos, esse novo jeito de estudar
facilitou o aprendizado.
“Eu só
vejo como benefício, porque você consegue mais sucesso naquilo que você quer,
consegue atingir seu objetivo mais fácil. Então eu só vejo melhoria”, diz ela.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/10/escolas-criam-novos-programas-de-estudo-para-encarar-enem.html