Bancos de todo o país terão que dar mais transparência às tarifas 431u3k
O Banco Central e o Ministério da
Justiça querem mais transparência dos bancos. E estudam medidas para evitar
cobranças abusivas nas tarifas. Monitorando as tarifas o governo espera, e
tomara que dê certo, conter os excessos. Já que o Banco Central não tabela as
tarifas, apenas informa quais serviços podem ser cobrados. E os valores são
definidos pelos bancos, pelas instituições financeiras, e quem presta a atenção
nos estratos bancários já percebeu: as tarifas aumentaram, logo agora com os
juros caíram.
Você sabe quando paga por um saque? “Acho que não. Acho que não, mas é
provável que tenha pagado sim. Não sei”, diz Ilson Gomes, servidor público.
Situação bem comum. “Nem sempre olho. Na correria, do dia-a-dia, você sempre
deixa para trás alguma coisa e sempre fica no prejuízo”, afirma Cristina
Alcântara, empresária.
“São tantas tarifas que, realmente, não sei quantas são”, comenta homem.
São 40 tarifas que variam de banco para banco. O site do Banco Central mostra
uma lista com os valores mínimos e máximos cobrados. Nos bancos públicos, o
valor médio do saque no caixa eletrônico é de R$ 1,83, mas pode chegar a R$ 3.
Uma transferência eletrônica, o chamado DOC, custa, em média, R$ 7,44. Há quem
cobre R$ 12,50. E a segunda via de um cartão de crédito, em média, sai por R$
6,67. O valor máximo cobrado por alguns: R$ 9.
Nos bancos privados, as mesmas tarifas custam cinco vezes mais. De janeiro a
setembro, os valores dos serviços bancários subiram mais que a inflação. “Muito
caras as tarifas. Comparado a outro país, porque sou estrangeiro, a taxa daqui
do Brasil é muito cara”, diz um homem.
Governo e Banco Central começaram a estudar formas de exigir mais
transparência dos bancos. Uma das idéias é que seja oferecida uma tabela com
valores cobrados por todos pra consulta dos clientes.
“É importante que o consumidor saiba, de fato, esses valores detalhados.
Quanto é o custo da tarifa de cadastro, quanto é o custo de fato com a
documentação, o detalhamento. É o consumidor que paga por essas tarifas e
minimamente ele tem que ter a informação adequada de quanto ele tá pagando”,
ressalta Juliana Pereira, representante da Secretaria Nacional do
Consumidor.
O que não custa nada é o correntista ficar atento. Checar os extratos, ver o
que está sendo cobrado e saber exatamente os serviços que usa. Alguns,
considerados essenciais, têm que ser de graça. Entre eles, estão: cartão de
débito, dez folhas de cheque, quatro saques por mês e dois extratos. O que
exceder, na maioria dos bancos é cobrado.
George fez as contas. Por mês, de tarifa pagava cerca de R$ 150. E conseguiu
reduzir o gasto. “Quase não uso mais talão de cheque agora, é tudo na base do
cartão, que vai reduzindo um pouco. Agora, não se utiliza mais o caixa dentro da
agencia. Se você não olhar, se você não verificar todo mês, você não vai ter o
controle”, afirma George Freitas, empresário.
“Se a gente realmente parar, colocar na ponta do lápis, eu acho que dá para
ver bem quais os bancos que cobram mais. Mas, eu ainda não fiz isso não. Vou
fazer”, fala Rosirene Dias, funcionária pública.
Procurada, a Febraban - Federação Brasileira
dos Bancos - não quis se manifestar sobre o assunto.
G1